sexta-feira, 22 de maio de 2009

Mulheres da minha vida e Maria minha mãe!

Estamos no mês de maio. Para nós católicos é um mês temático. Dedicamos à Maria. Quis escrever um texto para honrá-la por ser a mulher que foi e por tudo o que representa para nós até hoje. Para isso, quero partir do seguinte pressuposto: É possível amar a mãe do céu se não fizermos uma experiência de amor feminino na terra?
O que seria de mim se não pudesse contar com a presença de algumas mulheres em minha vida. É verdade que muitos “coisificaram” o gênero feminino. As mulheres para muitos são qualificadas como objeto de desejo e de prazer. Que pena, pois elas têm muito mais para oferecer. São muito mais do que isso. Relacionar-se verdadeiramente com uma mulher é uma experiência libertadora. Relação é muito mais do que sexo. E sexo é muito mais do que genitalidade.
Eu não seria o que sou hoje se minha mãe não tivesse se relacionado comigo do jeito que se relacionou desde o momento que descobriu que estava grávida. Permitiu com que eu entrasse em sua vida e me compreendeu quando eu resolvi sair. Sei que ela sofreu. Talvez, sofra até hoje. Mas me apoiou e me apóia em tudo o que eu preciso. É silenciosa, discreta, lutadora. Minha mãe é uma mulher que vence a cada dia. Com isso me ensina que na vida temos que correr atrás daquilo que acreditamos e ir ao encontro do nosso ideal. “Tudo para Deus é possível” (Mc 10, 27).
Quando saí de casa, minha irmã estava grávida da Giovana. Mas no dia que viajei, ela também viajou. Não sei se foi de propósito. Foi para uma chácara, pertinho de Londrina. Tivemos que nos despedir por telefone. Mais do que palavras, as lágrimas de ambos os lados, falaram mais naquele momento. Lembro-me como se fosse hoje. Doeu bastante. Mas sempre soube que deixei pessoas importantes por causa daquele que É o mais importante de todos.
A “pequena Giovana” nasceu antecipadamente, de oito meses. Sei que ninguém substitui ninguém. Mas que a Giovana ajudou a preencher o possível vazio ficado pela minha ausência, ajudou. Minha mãe, irmã e a família toda agora tinham com quem se ocupar e preocupar. Minha vinda para o seminário ficou em segundo ou terceiro plano. E isso foi bom! Entrei no seminário em 2000. Olhe na foto o tamanho que a Giovana está... Ela representa o tempo em tamanho dessa fase que moro fora de casa. Quase dez anos! A Giovana é extremamente inteligente, bonita. Mesmo sendo criança, tem hora que se comporta como mulher adulta. Não tenho dúvidas, ela é muito mais discreta do que eu (Não puxou muito para mim. Sorte a dela). Acho que tem hora que fica escandalizada com o tio que vai ser padre. Ela nem imagina o tanto que eu a amo.
Em março de 2007 nasceu a Júlia. Essa agüentou até o fim, nasceu de nove meses. (Conheço alguém que nasceu de doze meses, mas essa é outra história, outro dia talvez eu conto). A Júlia é uma gracinha. Esperta, falante. (Acho que essa puxou para mim. Azar o dela). Come de tudo. Fala mais que “o homem da cobra”. Esses dias fiquei surpreso quando recebi um telefonema da minha irmã. Para minha surpresa, a Júlia, que hoje tem dois anos, queria falar comigo. Olha que gostoso. Um grande presente para mim, um tio que na maior parte da vida dela até agora foi ausente. Naquele momento me senti amado por um ser que tem nas veias um pouco do meu sangue. Ela falou muitas coisas. Eu entendi muito pouco do que ela falou. Mas tive certeza que puxou para mim quando disse: “Titio Ricardo, eu sou fofa”! Entendi: humilde e nada vaidosa como eu... Tive que dar risada.
Termino com a reflexão do início: o que seria de mim se não fosse a presença dessas mulheres em minha vida? Tenho certeza que aprendi a amar Maria porque aqui na terra tive a oportunidade de fazer uma experiência de amor profundo com essas mulheres: mãe, irmã e sobrinhas. Acredito que quem não faz uma experiência concreta de amor tem mais dificuldade de amar aquilo que não se vê. Amo minha mãe do céu, porque primeiro amei e fui amado por minha mãe da terra. Essa relação não deve ser determinante, mas tenho certeza que influencia.
Sabe mulheres da minha vida, essa noite sonhei com vocês. A saudade que existe há muito tempo, hoje ficou mais acentuada. Talvez, esteja na hora de ir para casa. Tomara que dê certo nas férias em Julho.
Meu pai e meu irmão vão ficar com ciúmes (meu pai principalmente). Tenho certeza. Mas qualquer dia desses, sonho com eles e escrevo sobre aquilo que eu espero que eles tenham certeza do que representam para mim... Meu pai principalmente!

Um comentário:

  1. Me sinto honrada de saber que sou "uma mulher da sua vida", mais que isso, responsável também, por duas outras "as mais novas". Adorei o texto e gostaria que soubesse: Dos "homens da minha vida", vc é o "único" que me faz refletir sobre o quão pode ser difícil compreender à fundo um homem, acredite! Te amo!!!

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