sexta-feira, 29 de maio de 2009

Momentos especiais – Surpresas!

Diante da correria do dia-a-dia (e final de semestre – principalmente), Deus que sempre me surpreende manifestando-Se no meu cotidiano, me deu dois momentos especiais nessa semana.
Recebi no Convento a visita da mulher maravilha. Não aquela que tem um avião transparente e um laço super poderoso. Falo de outra mulher maravilha. Uma amiga maravilhosa. De coração amplo, que consegue na sua limitação abarcar o mundo e querer solucionar tudo aquilo que na sua medida é possível. Ela é simplesmente incrível, maravilhosa. Não conheço muito da sua história. Mas o pouco que conheço faz com que eu tenha certeza de que ela é manifestação de Deus na vida das pessoas que tem a oportunidade de conviver com ela, assim como eu tenho. Para ela o meu depoimento: Sabe mulher maravilha do século XXI, estar com você é sempre muito bom. Sua visita e presença é a oportunidade de experimentar um afago de Deus. Sem falar que damos risada que vale ao menos por um mês. Estou muito feliz por que a possível praga do seu pomar foi diagnosticada e o seu “mamoeiro” vai ficar “curado” com uma simples aplicação de remédio. Que bom que ele não precisará ser podado. Melhor assim!
Não bastasse essa surpresa, recebi ontem (28) um telefonema do meu grande amigo padre Bruno. Ele conseguiu me encontrar. Foi Deus se manifestando mais uma vez. Deus sabe o tanto que eu estava precisando ouvir a voz desse amigo. Que gostoso. Conversamos como se ele ainda morasse dois quartos antes do meu. Mas não mora. Está no Equador. Está feliz e isso é bom. A alegria de um amigo é saber que mesmo que isso custe ausência e silêncio o outro que é tão importante está feliz e bem. Por isso, padre Bruno, estou feliz por e com você. Principalmente porque depois de três meses conseguimos ouvir a voz um do outro. Eu tinha me programado para ir dormir cedo, mas não fui. Quis ficar acordado o máximo que pude para não perder a oportunidade de lembrar o eco da sua voz que soava aos meus ouvidos mesmo depois de desligarmos o telefone. Que saudade! Ela me faz ter a certeza do tanto que você é importante para mim. Não conseguimos falar tudo, isso não era o mais importante. O mais importante foi que conseguimos nos falar. Nesses três meses descobri que não sirvo para ser o irmão mais velho, não tenho vocação para isso. É Deus que continua me ensinando. Sempre reclamei porque em casa sou o filho do meio. Sofri e acho que às vezes sofro até hoje a síndrome do filho “sanduíche”. Queria ter sido o filho mais velho ou então o mais novo. Mas não o do meio... Acabei sendo o do meio duas vezes: Sanguineamente foi assim: Joenice, Ricardo e Jeferson. Religiosamente: Bruno, Ricardo e Eduardo. Aproveito para me desculpar com o Eduardo: perdão Dudu. Definitivamente não levo jeito para ser o irmão mais velho e acho que você já percebeu isso.
Hoje agradeço a Deus por ser o do meio duas vezes. Assim não tive que ter a responsabilidade que é exigida do primogênito e nem tive que ser o protegido e o paparicado como na maioria das vezes são os caçulas. Ser o do meio, talvez, foi a possibilidade que Deus me deu para alcançar o ideal que busco insistentemente.
Quanta coisa boa. Quantas surpresas agradáveis. Que leitura bonita e gostosa que estou conseguindo fazer dessa fase da minha vida. Literalmente consegui antecipar a festa de Pentecostes. Que o Espírito Santo ilumine a todos nós. Abramos o coração para que a luz que existe dentro de nós se manifeste!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Mulheres da minha vida e Maria minha mãe!

Estamos no mês de maio. Para nós católicos é um mês temático. Dedicamos à Maria. Quis escrever um texto para honrá-la por ser a mulher que foi e por tudo o que representa para nós até hoje. Para isso, quero partir do seguinte pressuposto: É possível amar a mãe do céu se não fizermos uma experiência de amor feminino na terra?
O que seria de mim se não pudesse contar com a presença de algumas mulheres em minha vida. É verdade que muitos “coisificaram” o gênero feminino. As mulheres para muitos são qualificadas como objeto de desejo e de prazer. Que pena, pois elas têm muito mais para oferecer. São muito mais do que isso. Relacionar-se verdadeiramente com uma mulher é uma experiência libertadora. Relação é muito mais do que sexo. E sexo é muito mais do que genitalidade.
Eu não seria o que sou hoje se minha mãe não tivesse se relacionado comigo do jeito que se relacionou desde o momento que descobriu que estava grávida. Permitiu com que eu entrasse em sua vida e me compreendeu quando eu resolvi sair. Sei que ela sofreu. Talvez, sofra até hoje. Mas me apoiou e me apóia em tudo o que eu preciso. É silenciosa, discreta, lutadora. Minha mãe é uma mulher que vence a cada dia. Com isso me ensina que na vida temos que correr atrás daquilo que acreditamos e ir ao encontro do nosso ideal. “Tudo para Deus é possível” (Mc 10, 27).
Quando saí de casa, minha irmã estava grávida da Giovana. Mas no dia que viajei, ela também viajou. Não sei se foi de propósito. Foi para uma chácara, pertinho de Londrina. Tivemos que nos despedir por telefone. Mais do que palavras, as lágrimas de ambos os lados, falaram mais naquele momento. Lembro-me como se fosse hoje. Doeu bastante. Mas sempre soube que deixei pessoas importantes por causa daquele que É o mais importante de todos.
A “pequena Giovana” nasceu antecipadamente, de oito meses. Sei que ninguém substitui ninguém. Mas que a Giovana ajudou a preencher o possível vazio ficado pela minha ausência, ajudou. Minha mãe, irmã e a família toda agora tinham com quem se ocupar e preocupar. Minha vinda para o seminário ficou em segundo ou terceiro plano. E isso foi bom! Entrei no seminário em 2000. Olhe na foto o tamanho que a Giovana está... Ela representa o tempo em tamanho dessa fase que moro fora de casa. Quase dez anos! A Giovana é extremamente inteligente, bonita. Mesmo sendo criança, tem hora que se comporta como mulher adulta. Não tenho dúvidas, ela é muito mais discreta do que eu (Não puxou muito para mim. Sorte a dela). Acho que tem hora que fica escandalizada com o tio que vai ser padre. Ela nem imagina o tanto que eu a amo.
Em março de 2007 nasceu a Júlia. Essa agüentou até o fim, nasceu de nove meses. (Conheço alguém que nasceu de doze meses, mas essa é outra história, outro dia talvez eu conto). A Júlia é uma gracinha. Esperta, falante. (Acho que essa puxou para mim. Azar o dela). Come de tudo. Fala mais que “o homem da cobra”. Esses dias fiquei surpreso quando recebi um telefonema da minha irmã. Para minha surpresa, a Júlia, que hoje tem dois anos, queria falar comigo. Olha que gostoso. Um grande presente para mim, um tio que na maior parte da vida dela até agora foi ausente. Naquele momento me senti amado por um ser que tem nas veias um pouco do meu sangue. Ela falou muitas coisas. Eu entendi muito pouco do que ela falou. Mas tive certeza que puxou para mim quando disse: “Titio Ricardo, eu sou fofa”! Entendi: humilde e nada vaidosa como eu... Tive que dar risada.
Termino com a reflexão do início: o que seria de mim se não fosse a presença dessas mulheres em minha vida? Tenho certeza que aprendi a amar Maria porque aqui na terra tive a oportunidade de fazer uma experiência de amor profundo com essas mulheres: mãe, irmã e sobrinhas. Acredito que quem não faz uma experiência concreta de amor tem mais dificuldade de amar aquilo que não se vê. Amo minha mãe do céu, porque primeiro amei e fui amado por minha mãe da terra. Essa relação não deve ser determinante, mas tenho certeza que influencia.
Sabe mulheres da minha vida, essa noite sonhei com vocês. A saudade que existe há muito tempo, hoje ficou mais acentuada. Talvez, esteja na hora de ir para casa. Tomara que dê certo nas férias em Julho.
Meu pai e meu irmão vão ficar com ciúmes (meu pai principalmente). Tenho certeza. Mas qualquer dia desses, sonho com eles e escrevo sobre aquilo que eu espero que eles tenham certeza do que representam para mim... Meu pai principalmente!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Tempestuoso ou indignado? É preciso fazer alguma coisa...


Alguns acontecimentos tem me intrigado nos últimos dias.
Mais uma vez estive no INSS semana passada. Voltei para casa novamente sem resolver o que precisava. Mas ao contrário, com um problema a mais para ser resolvido. Fato que se repete cada vez vou a essa intransigente agência. Acho que os servidores dessa agência (e tomara que só dessa agência) foram treinados para dar as informações a conta gotas. Não foram capazes de me informar de uma única vez tudo o que preciso fazer para resolver minha pendência. Talvez pensem que sou um desocupado e tenha todo o tempo do mundo para ir “visitá-los”. Confesso que se tivesse que escolher alguém para visitar, eles não seriam os escolhidos.
Na quinta-feira passada (14.05) fui ao médico em São Paulo. Antes da consulta, precisava pegar no departamento específico de exames, a ressonância que eu havia feito do joelho direito. Enquanto eu e mais uma quantidade razoável de pessoas esperávamos por nossos exames, chegou um casal acompanhando um adolescente de aproximadamente 12 anos. Era um cadeirante e aparentava que além de problemas motores, possuía deficiências mentais. A recepcionista logo se adiantou e disse que se tratava de um atendimento preferencial. Que bom. O atendimento parecia que seria diferente daquele do INSS, por que no INSS eu mesmo encaminhei uma senhora de 72 anos para pegar uma senha de atendimento prioritário. A surpresa foi que a “servidora” pública disse que a senha seria disponibilizada sim, mas a senhora de 72 anos, curvada pelo tempo e por dores aparentes em suas costas, teria que pegar a longa fila de distribuição de senhas. Daí sim, ela seria encaminhada para um atendimento prioritário.
Como passei por essa situação que me incomodou no INSS, fiquei ligeiramente surpreso com o rápido atendimento que a recepcionista do hospital dirigiu ao casal que acompanhava o adolescente especial. Mas minha surpresa também foi bem ligeira. O casal que estava em pé ao lado da cadeira do filho, ali permaneceu por muito tempo. A solícita atendente se equivocou no atendimento preferencial e trocou os protocolos para retirada de exames. Uma moça que havia acabado de chegar, em poucos segundos teve seus exames em mãos. E estranhou. Não percebeu que o seu protocolo foi passado à frente como se fosse o protocolo garoto especial. Após uns 20 minutos de espera, chegou a minha vez. Peguei minha ressonância. Tive que assinar um livro de protocolo porque eu havia esquecido de levar o protocolo para retirar a ressonância. Eu estava observando tudo o que estava acontecendo. Fiz questão de ficar por ali, mesmo que já estava com meu exame em mãos, observando quanto tempo ainda aquele casal teria que ficar, silenciosamente, esperando.
A recepcionista errou ao trocar os protocolos. Até aí tudo bem. Quem nunca errou por falta de atenção. Somos humanos e por isso, estamos sujeitos ao erro. Adélia Prado garante: “quem nunca errou, vai errar!”
Diante dessas situações fiquei pensando na informalidade atual das relações. Tanto no INSS como na recepção do hospital, percebi que os “servidores” não direcionavam ao menos o olhar para quem precisava do serviço deles.
Talvez a correria ou então a rotina do dia-a-dia fez com que o trabalho fosse realizado mecanicamente. O problema é que o alvo, o sujeito dessa relação não é coisa e muito menos máquina. É pessoa, estamos falando de vidas, de histórias, de seres humanos!
Trouxe tudo isso para minha vida. Fiquei pensando em profissão e vocação. Talvez toda profissão seja vocação. Mas nem toda vocação seja profissão. Se os profissionais vivessem suas qualidades profissionais como verdadeiro dom, agiriam de forma diferente. E se todo vocacionado compreendesse a dimensão de sua vocação, faria efetivamente a diferença onde quer que estivesse. Lembrei-me das vezes que fui extremamente áspero com as pessoas. Outras vezes impaciente... Quem convive comigo sabe do que estou falando. Uma vez, alguém que mora comigo, me disse o seguinte: “Ricardo, você é tempestuoso! Por isso não faço questão de me relacionar com você. Tenho medo de como você vai reagir”. É claro que isso foi dentro de um contexto que não cabe nesse texto, talvez em outro que posso vir a escrever.
Mas confesso que isso mexeu comigo e me fez pensar muito. Até hoje não consegui esquecer essa frase que parece ter ficado gravada na minha mente e no meu coração. Até porque quem me conhece sabe que às vezes sou tempestuoso mesmo. Talvez seja o meu “espinho na carne”, se é que Paulo me permite usar essa expressão.
Diante dos fatos que contei, lembrei dessa frase de novo: “Você é tempestuoso”. Porque minha vontade tanto no INSS como no hospital foi a de tomar as dores das pessoas que a meu ver foram prejudicadas por um mau atendimento ou qualquer coisa desse gênero. Nesse contexto, penso que fiquei mais “indignado” do que “tempestuoso”.
No INSS fiz o que pude. Coloquei a senhora na minha frente e conversei um pouco com ela. Descobri em poucos minutos de conversa que por detrás daquela pessoa existia uma história marcada por dores e sofrimentos. No hospital não consegui fazer nada, além de assistir ao dramático espetáculo que se repete todos os dias.
Fiquei incomodado. Estou até agora. Por dois motivos: primeiro pelo o que presenciei. Segundo porque não fiz nada. Então, resolvi escrever um pouco. Escrever esse texto também não vai resolver os problemas e injustiças da sociedade. Sei disso! Mas talvez fará com que você que está lendo esse texto, faça alguma coisa para ajudar pessoas que se encontrarão em situações parecidas perto de você. E olha que vai acontecer, você sabe disso. Eu também quero fazer diferente da próxima vez. Acho que minha oportunidade está próxima, sabe por quê? Amanhã vou ao INSS novamente...

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Filhos sem limites. Por quê?

Se alguém quer colher feijão, planta feijão. E assim sucessivamente...
E os pais se questionam: Por que está tão difícil educar a geração atual?
É verdade que muitas podem ser as respostas, mas uma delas, com certeza, é a confusão que existe entre situar o que é liberdade e limite, e onde esses conceitos começam e terminam na prática. Muitas são as mudanças que bruscamente aconteceram nas últimas décadas.
A mulher que antes se ocupava com os cuidados da casa e com a educação dos filhos, agora disputa seu lugar na sociedade contemporânea e cada vez tem ganhado mais espaço. Não pensem que sou preconceituoso, pois não sou. Admiro a coragem e a determinação das mulheres. Mas precisamos admitir que com esse fato a ausência dos pais na vida dos filhos tem se tornado cada vez mais real.
Tudo na vida tem consequências. A geração atual – educada por terceiros nem sempre qualificados – tem crescido sem saber o que significa liberdade e sem limites. A consequência: Indivíduos imaturos, carentes, dependentes e rebeldes. Pessoas que crescem com comportamentos infantis e sem condições de caminhar com as próprias pernas. E o que fazer, então, diante de tal situação?
Você é quem sabe... Plante o que deseja colher, faça sua parte e colha bons frutos!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

“Como Zaqueu...” subir ou descer? As atitudes falam por si!

Zaqueu subiu na árvore e fez uma experiência com Jesus que transformou sua vida. Tem gente, que a partir dessa experiência tem se complicado e parece estar caindo da árvore. Permitam-me explicar.
Ultimamente a figura de Zaqueu, homem judeu e que o evangelho de Lucas apresenta como “rico e chefe dos publicanos” (cf. Lc 19,2) tem sido alvo de críticas. Críticas que são conseqüências do grande sucesso que a música “Entra na minha casa” de autoria de Regis Danese, cantor gospel e de origem protestante, compôs baseando-se na história de Zaqueu. A música está por todos os cantos. Está sendo cantada por muitas denominações religiosas. Até na Igreja Católica que preza fazer um paralelo das músicas com o contexto litúrgico ela já foi adotada. Não tem um conteúdo litúrgico, mas já se deu “um jeito” para cantar a música durante a missa, adorações e outros momentos de orações. É verdade que não possui uma dimensão litúrgica, mas também é verdade que possui uma melodia bonita, uma letra sugestiva e que mexe com o sentimento e com o emocional daqueles que a ouvem e a cantam. Voltando às críticas é preciso dizer que elas possuem no mínimo um duplo caráter. Uns criticam o conteúdo teológico da canção, enquanto outros já estão criticando até a pessoa de Zaqueu.
Já ouvi dizer que o maior erro teológico na letra da música está no verso que diz: “... quero amar somente a Ti, porque o Senhor é o meu bem maior, faz um milagre em mim”. Uma explicação é a seguinte: Não tem sentido amar somente a Deus, se essa experiência de amor não for revertida no amor ao irmão, ao próximo. Lembremos que a própria Escritura nos diz que é mentiroso aquele que diz que ama a Deus a quem não vemos se não ama o irmão com quem convivemos. Até aí tudo bem, a crítica tem fundamento. Porém, criticar a pessoa de Zaqueu parece não ter fundamentos. Após uma procissão realizada com o Santíssimo Sacramento depois da comunhão durante a missa – que, aliás, também não tem nada de litúrgico – o padre após a benção do santíssimo, ainda no presbitério pegou o microfone e se dirigiu a assembléia nos seguintes termos: “Quem aqui quer ser como Zaqueu? Todos tinham acabado de cantar: “Como Zaqueu, eu quero subir, o mais alto que eu puder...” Então, a pergunta por ser desnecessária não teve respostas, mas silêncio. Ele então prosseguiu: “Eu não quero ser como ele. Zaqueu era um safado, um ladrão, explorador. Vocês acham que ele subiu na árvore porque queria encontrar-se com Jesus? Claro que não. Ele queria se esconder de Jesus, porque tinha consciência que era safado, que não prestava e que roubava os pobres.
Imaginem a reação das pessoas que estavam na missa. Tinham acabado de comungar, de adorar a eucaristia exposta no ostensório. Foram à Igreja para voltarem melhores, mais animados para a casa. E o padre me dá uma dessas. Um detalhe que nesse contexto que parece ser importante é que ele naquele dia foi substituir o vigário daquela comunidade, era uma visita, um convidado. Alguma visita ou convidado poderia ser tão indelicado assim?
Questiono: onde será que esse padre estudou teologia? Onde será que exerce o ministério sacerdotal? Com quem ele aprendeu a ser agressivo e desagradável?
A Igreja nos traz no contexto pascal – o que estamos vivendo atualmente – a imagem de Jesus como o Bom Pastor, como a verdadeira videira da qual somos chamados a ser os ramos – e o padre, ministro ordenado da Igreja e para a Igreja, me vem com uma dessas? Por favor, depois dizemos que não sabemos, ou fingimos não saber o que acontece que faz com que inúmeros católicos busquem fazer uma experiência religiosa em outra denominação cristã ou não, mas que não seja católica. Essas outras igrejas ou seitas podem ser questionadas em inúmeros quesitos, porém, em relação ao acolhimento nos deixam no chinelo. Não precisa ser continuar sendo assim. Precisamos mudar nossa postura.
Zaqueu até podia ser tudo isso que o padre fez questão de expressar. Por sinal, usando adjetivos e uma linguagem no mínimo baixa e vulgar para se dirigir ao seu rebanho. Mas, Zaqueu que fez uma verdadeira experiência de Jesus em sua vida, é modelo de conversão para todos nós. Desfez na prática os seus erros. Restituiu os que haviam sido prejudicados por ele.
E esse padre, será que fez uma verdadeira experiência de Jesus em sua vida? Não sei. O conheço muito pouco. Então eu seria injusto se afirmasse que não. Mas, se é verdade que conhecemos uma árvore pelos seus frutos, os frutos do padre expressos nessa infeliz fala, denunciam que como árvore ele precisa ao menos ser podado.
Concluo dizendo que Zaqueu voltou atrás, refez o caminho e sua vida, pautado na experiência que fez com Jesus. O padre ainda disse que todas as vezes que alguém cantar essa música perto dele, ele repetirá o que pensa sobre a música e sobre Zaqueu. Parece que ainda não entendeu a dinâmica do Cristo, a quem ele representa, que corrigia, educava, curava e apontava soluções. O que o padre conseguiu com essa atitude? Eu não quero expor aqui os sentimentos das pessoas que estavam naquela missa e que depois me procuraram para conversar. Mas imagine você mesmo as consequências dessa áspera atitude. Se quiser, comente no blog deixando sua opinião. Eu vou continuar caminhando com a comunidade. O que não quero continuar fazendo é consertar o que não precisava ter sido desconcertado.

sábado, 9 de maio de 2009

Maria, o dogma da Imaculada Conceição e cada um de nós!

Maria é ser humano, criatura criada e pensada por Deus. Nós também somos!

A ela foi conferido o dogma de Imaculada. A nós não!

O que isso significa? Pode significar muitas coisas, depende do ponto de vista de cada um e da experiência que fazemos conosco mesmo e a partir dessa com o transcendente.Dos evangelhos, o que mais nos faz conhecer a figura de Maria é o evangelho de Lucas. Nele aprendemos que mais do que mãe, Maria foi discípula perfeita e obediente, foi serva fiel e em tudo se preocupava para que o plano de Deus e Sua vontade estivessem em primeiro lugar. Podemos dizer que ela “recebeu do Senhor um dom Especial”.

Mas isso não fez com que ela nascesse prontinha e soubesse de tudo o que iria acontecer. Ela precisou percorrer o caminho, fazer experiências que talvez tenham lhe custado caro. Mas mesmo assim, ela as fez e as encarou com coragem e qualidade. Se nós precisamos dar saltos do pecado e das maleficências das quais somos acometidos por conseqüências da nossa própria condição, em Maria vemos que ela saltava de coisas boas para coisas melhores ainda.

Precisamos admitir, olhando para nós mesmos, que Maria em relação a nós era mais estruturada e equilibrada, porque recebeu de Deus uma “porção” maior de Sua graça. Isso só fez com que ela assumisse com maior grandeza de coração o sonho e projeto de Deus pensado para cada um de nós. Ela foi mais serva, mais discípula, mais fiel e mais filha do que nós conseguimos ser. Por essa vertente, aceitamos melhor e com menas barreiras o dogma conferido a ela como sendo Imaculada. E por que não dar? Esse título não à torna menos humana, pelo contrário, torna-a antecipadamente aquilo que todos nós somos convidados a alcançar.

Para alguns, Maria como Imaculada pode ser ponto de partida, para outros, ponto de chegada. O importante é que de uma forma ou de outra, ela é modelo para todos aqueles que se abrem e acolhem o testemunho dessa mulher que na sua condição de criatura, mãe, serva e discípula deixou sua marca na história. Assim, ela perpassa todas as gerações que até hoje a proclamam como “bem-aventurada”!