Começo minha reflexão com um questionamento: “Quem ama a Jesus?” Todos nós somos impulsionados a responder positivamente a esse questionamento. E isso é bom. Muito bom.
Porém, quando dizemos que amamos a Jesus, temos que ter a coragem de carregar as conseqüências dessa relação de amor.
Na liturgia de domingo passado, no Evangelho de João, temos a seguinte afirmação: “Se alguém me ama, guarda a minha palavra”.
Alguns exemplos simples nos faz pensar na importância de guardar aquilo que para nós é importante. Por exemplo, o nordestino, no inverno, aproveita a chuva para guardar e armazenar a água porque sabe que precisará dela durante a seca.
Quem tem poupança, cuida para mensalmente depositar uma reserva do dinheiro que ganha durante o mês. Sabe que quando precisar do dinheiro, ele estará lá, guardadinho para ser usado no momento em que for oportuno. O agricultor guarda e armazena no celeiro os frutos da sua colheita. Quando precisar, usará da sua colheita para efetuar trocas, para o consumo próprio, para vender ou fazer dela o que for necessário.
E nós cristãos, que dizemos que amamos o Cristo, o que temos guardado no nosso coração? Jesus é claro: “Quem me ama, guarda a minha palavra”.
Precisamos ser sinceros conosco mesmos para admitirmos que muitas vezes, armazenamos muitas coisas no nosso “celeiro” que não serve para nada. Guardamos raiva, ódio, desejo de vingança e muitas vezes, buscamos o poder de forma exacerbada.
Se escolhemos guardar esses sentimos no nosso coração, é certo que, quando passamos por alguma dificuldade e procuramos ferramentas dentro de nós para nos ajudar, encontramos aquilo que temos guardado.
Cada um encontra o que tem guardado: o nordestino encontra a água; o agricultor encontra os frutos de sua colheita, o poupador encontra o dinheiro que guardou na poupança. E nós, o que temos encontrado guardado no nosso coração?
Não quero que você se sinta culpado ao ler essa reflexão. Não quero mesmo. Mas, ao contrário. Quero que ao ler essa reflexão, você tome conhecimento do que tem armazenado dentro de você. Se forem coisas que não prestam, jogue fora antes que elas estraguem, percam a validade e apodreçam dentro de você. Não permita que isso aconteça.
Depois que jogá-las fora, não deixe seu celeiro vazio. Ele precisa ser ocupado com coisas boas, que não estragam. Quer uma dica?
Armazene no seu coração a palavra de Deus. Essa foi a dica do próprio Jesus na liturgia de domingo passado. Armazene também amor, educação, respeito e tantos outros valores que nos ajudam a ser mais gente. Sendo mais gente, ganhamos nós em primeiro lugar e também quem convive conosco.
É certo que todos nós precisaremos um dia usar da nossa reserva. O que você vai querer armazenar? O nordestino armazena água; o agricultor o fruto da sua colheita, o poupador dinheiro...
Feliz colheita!!!